Image Map

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O amigo do Felipe

A semana era daquelas... Estava indo ao banco, não tinha um puto na carteira e precisava fazer um saque. Ele estava lá, uniformizado, com a mochila nas costas acompanhado por outro garoto. Meus vizinhos. 

Ele é criança ainda, parece meio oriental, cabelo espetado... Aposto que sua cabeça deve bater no meu ombro. Chuto uns 10 ou 11 anos. Eu ainda descia as escadas enquanto eles já saíam pelo portão principal. O Felipe foi na frente, correndo, deixando para trás seu amigo. Mas o garoto, quando passou pelo portão e virou-se para fechá-lo, me viu nos últimos degraus da escada. Aí ele parou e ficou segurando o portão aberto. O garoto berrou. Felipe, me espera, por favor! Nada do Felipe responder, só se escutava seus passos correndo sabe se lá para qual direção, mas, certamente, para a escola. Felipe, só um minutinho, por favor.

O minutinho era eu que, finalmente, cheguei ao portão. Passei pelo garoto que me esperava e sorri, lhe ofereci meu sorriso mais bonito. Muito obrigada, viu? Ele mudou de cor, abaixou a cabeça e olhou para o chão. Esperou que eu passasse, bateu a porta e saiu gritando atrás do apressadinho do Felipe. E o meu mundo ganhou um sol brilhante e bonito derretendo todo o frio da capital.



Sabe, garoto, o Felipe vai beijar muito mais garotas que você. Mas lembre-se que existirão sempre garotas como eu que se apaixonarão por garotos tímidos que fitam o chão quando miram um sorriso. Mais que isso, existirá essa crônica que eu fiz só porque mudou a minha quinta-feira com a sua gentileza. Você faz ideia de como me encheu de esperança? E o Felipe perdeu tudo isso, porque ele é feito de pressa, mas nós... 

Ah, nós somos feitos de carinho <3