Ultimamente é possível notar uma
grande leva de livros que no meio de cenários violentos e catastróficos tem
como protagonistas crianças e adolescentes que precisam se virar para sobreviver. E mais um autor que parece gostar de fazer
crianças sofrerem é Michael Grant com o seu livro “Gone- o mundo termina aqui”.
Não que eu considere isso como algo que torne o livro ruim, muito pelo
contrário, mas tem horas que a gente de tanto ler esses livros se pega falando
para o autor: “meu Deus pare de fazer essas crianças sofrerem tanto!” e mesmo
sentindo isso a gente continua a ler porque precisa saber aonde vai dar toda a
catástrofe da história.
Em “Gone- o mundo termina aqui” todos os adultos e maiores de 14 anos da
cidade de Praia Perdida somem de uma hora para outra, restando somente às
crianças que ficam presas na cidade por uma redoma sem nenhum adulto. No começo
há uma variedade de emoções na cidade, alguns correm para as lojas e comem
todos os doces e tranqueiras que há por lá, outros já entram em pânico chorando
pela mãe, já alguns ficam sem saber o que fazer esperando por alguém que os
guie. E é nessa confusão que conhecemos Sam, um garoto que já era conhecido na
cidade por ter salvado o ônibus escolar de cair de um penhasco, logo boa parte
das crianças criam a esperança de que ele vai ser a pessoa que vai lidera-los
no meio da confusão, mas Sam parece não se sentir muito a vontade em ocupar
esse posto devido aos segredos que ele próprio esconde da sua vida.
Desse modo a disputa pelo poder da cidade vai
ser intensa ao longo do livro, principalmente quando os alunos de um colégio
interno decidem revindicar o poder para eles. Porém há aqueles que estão mais
preocupados em cuidar das crianças menores do que entrar na disputa pelo poder
como Maria que junto do seu irmão passa a cuidar da creche da cidade, apesar de
isso não ser uma tarefa nada fácil. Também há outros personagens na narrativa
que são cativantes como a Astrid mais conhecida como Astrid gênio, que se
tornou uma das minhas personagens favoritas do livro, ela tem aquela
personalidade inteligente e sensata que faz com que a gente lembre bastante da
Hermione de Harry Potter. Ao mesmo tempo que demonstra bastante maturidade ao
sempre proteger o seu irmãozinho autista Pete.
Além dos problemas gerados pela falta de
adultos na cidade e a falta de comunicação com o mundo fora da redoma, há
também algumas mutações geradas pela usina nuclear da cidade, fazendo com que
alguns animais se tornem um grande problema na vida das crianças além dos que
elas já tem, e não só os animais, mas também as crianças passam a desenvolver
alguns dons fora do comum. Não vou dar mais detalhes para não estragar a
leitura, mas só posso dizer que esse livro me deixou presa na história do
começo ao fim, tanto que terminei de ler ele em pouquíssimos dias. Michael
Grant não poupa emoções ao longo da história, nos deixando chocados muitas
vezes com as atitudes que as crianças tomam no meio desse ambiente caótico em
que não se pode confiar em mais nada e nem ninguém.
E para quem não sabe o livro já teve os seus
direitos comprados pela Sony então possivelmente pode ganhar uma série de TV,
mas segundo o autor não é nada confirmado. Eu particularmente iria AMAR uma série
de TV baseada nos livros do Michael Grant (sim os livros, porque “Gone- o mundo
termina aqui” é somente o primeiro dos seis livros que compõem a série, se você
não gosta de séries de livros muito grandes é bom saber disso antes de começar
esse livro) então só nos resta aguardar maiores informações a respeito disso.
Enquanto a série de TV não sai, fica aqui a indicação da série de livros que é
simplesmente viciante.